Um público atento e participativo participou na manhã desta quarta-feira, dia 14, da palestra sobre Tuberculose no Hospital São Marcos. O médico Júlio Neves Viana que atua na área de pneumologia da instituição deu orientações e ressaltou a importância de identificar a doença ao menor sinal, como tosse persistente por mais de três semanas.
Segundo ele, o diagnóstico precoce é a melhor forma de prevenção. ?Se for diagnosticada precocemente e tratada há cura, e a pessoa que começa o tratamento para de transmitir quase que imediatamente?, afirmou. A doença é transmitida de pessoa para pessoa pelo ar. A fala, o espirro e principalmente a tosse da vítima da tuberculose pulmonar lançam gotículas com o bacilo no ambiente.
No entanto, nem todas as pessoas expostas à bactéria são infectadas. A doença é oportunista. ?A manifestação da tuberculose depende das condições do sistema imunológico. O bacilo pode ficar alojado por muitos anos. Quando a imunidade sofre uma queda, os sintomas se manifestam. Algumas pessoas chegam a não desenvolver o problema nunca?, explicou Júlio Neves durante a palestra.
O especialista informou ainda que os sintomas mais frequentes são tosse seca e contínua, no início, com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se em uma tosse com pus ou sangue. ?O doente ainda pode apresentar cansaço excessivo, febre baixa, sudorese noturna, falta de apetite, palidez, emagrecimento acentuado, rouquidão e fraqueza?, pontuou o especialista.
Dados do Ministério da Saúde referentes a 2010 revelam que, no Brasil, são registrados anualmente 80 mil novos casos do mal, com 5 mil óbitos. Mas cerca de 50 milhões de brasileiros podem estar infectados. A tuberculose é a terceira causa de morte por doenças infecciosas, e a principal causa de mortalidade entre portadores do vírus da Aids no país. Apesar de ser a sétima economia do mundo, o país fica em 19º lugar no ranking dos 22 países que concentram 80% dos casos da doença em todo o mundo.
Tratamento
O tratamento para a tuberculose, no Sistema Único de Saúde (SUS), dura seis meses. Quando feito sem interrupções, o paciente deixa de transmitir a doença logo nas primeiras semanas e fica completamente curado.
Em 2008, o percentual de cura foi de aproximadamente 73%. A meta do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde é chegar a 85%, conforme o recomendado pela Organização Mundial da Saúde.