Na semana de conscientização e prevenção do câncer de próstata, organizada pela equipe de Serviço Social da Associação Piauiense de Combate ao Câncer Alcenor Almeida - mantenedora do Hospital São Marcos (APCC/HSM), a nutricionista Ana Karoline apresentou os hábitos alimentares ideais para prevenção e tratamento da doença.
“A alimentação constitui um fator de prevenção importante, uma vez que até 70% dos casos poderiam ser evitados com a uma alimentação saudável, reduzindo o consumo de alimentos ultra processados e industrializados, pois possuem uma grande carga de xenobióticos – compostos químicos estranhos ao organismo humano, produzidos pela indústria ou pela natureza, através de vegetais e fungos e que podem ser enquadrados em diversas categorias, como por exemplo, pesticidas agrícolas, inseticidas, plásticos, produtos de limpeza e fármacos”, informa Ana Karolina.
De acordo com a nutricionista o ideal é incluir na rotina alimentos in natura, como os grãos, vegetais e frutas”, diz. “O recomendável é consumir no mínimo três porções de frutas por dia, com substâncias compostas de bioativos que possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes”, acrescenta.
Na prevenção, estudos indicam que o licopeno presente em alimentos como tomate, goiaba vermelha, melancia, entre outros, é benéfico. “O licopeno atua como antioxidante e tem importante papel de proteção. E a uva possui o resveratrol, afirma Ana.
No tratamento, a alimentação ajuda a amenizar efeitos, como náusea, diarreia, constipação. A dieta nutricional prescrita para o paciente tem a ver com a fase do tratamento.
NUTRIÇÃO X CÂNCER DE PRÓSTATA
Pacientes que fazem radioterapia podem ter problemas intestinais, como diarreia e constipação. “A hidratação é fundamental e os alimentos que serão consumidos pelo paciente devem ser adequados para combater cada problema. Deve-se evitar, por exemplo, leite de vaca e derivados, alimentos integrais, casca de frutas. Já em casos de constipação, o paciente deve aumentar o consumo de fibras”, explica.
Na quimioterapia, além de problemas intestinais, outros efeitos podem ocorrer como inapetência, mucosite (inflamação que pode levar a lesões na língua e boca), náusea e vômito. A imunidade do paciente também cai. Por isso, os pacientes devem evitar comer quibe cru, sushi, carne crua, tudo o que pode ter algum tipo de bactéria para evitar complicações, como diarreia”, orienta.
Bolachas, torradas, sorvete, gengibre e gelo ajudam a controlar o enjoo. Quando a doença está avançada, o paciente pode ter anemia. “Nesse caso, ele deverá fazer uma dieta com ferro. O mesmo deve ser feito no pós-operatório se o paciente perder muito sangue na cirurgia”, finaliza.