Aspectos psicológicos: como lidar com o diagnóstico do câncer
Publicada em:
O diagnóstico de câncer continua sendo um momento particularmente difícil, que gera uma intensa angústia na vida de uma pessoa, em função de uma série de aspectos que surgem: a ruptura na forma habitual de vida, a incerteza e a insegurança de futuro, o caminho de um tratamento, muitas vezes, doloroso e prolongado, associada ao estigma de uma época em que não havia tratamento disponível e a possibilidade da morte era iminente. Estes são aspectos determinantes para um estado de crise e fragilidade emocional.
“Esse ‘desespero’ todo que bate no paciente não está, necessariamente, ligado com o câncer em si. Ele está lidando com todos os medos, as fantasias, as crenças, reais e imaginárias que estão agregadas ao diagnóstico”, explica a coordenadora do serviço de psicologia hospitalar do Hospital São Marcos, Marcele Formiga. De acordo com a especialista o esclarecimento da situação é o primeiro passo para diminuir o impacto da notícia. “A primeira fonte do nosso trabalho é a informação sobre a doença, o tratamento, a cura, o prognóstico, sobre o que está acontecendo no corpo dele, sobre o que está planejado”, afirma.
Ainda segundo a psicóloga quanto mais informação de qualidade for oferecida ao paciente, para que ele conheça todos os detalhes e implicações do seu tipo de câncer, melhor será a maneira como ele irá lidar com a notícia. Essa maneira de agir e de pensar diante da nova condição de saúde, pode interferir nas respostas ao tratamento. “Geralmente, quando a gente está diante de uma situação difícil, ou a gente vai sucumbir ou a gente vai se fortalecer”, diz Marcele Formiga. Ela avalia ainda ser a partir daí que a maioria das pessoas começa a refletir sobre o que realmente é importante na vida.
“Depois desse momento inicial do choque do diagnóstico, do começo do tratamento, esse paciente, e até sua família, são levados a reflexões sobre valores, sobre estilo de vida, sobre o que de fato é importante na vida, então muitas escolhas são revistas. E quando o paciente começa a rever isso e se tiver um suporte de uma equipe multidisciplinar, o suporte da equipe de psicologia ele tem condições de tomar decisões mais acertadas e a partir daí, melhora sua qualidade de vida”, informa a psicóloga Marcele Formiga.
A qualidade de vida do paciente com câncer será o tema de uma das palestras que serão realizadas de 26 a 30 de novembro no Hospital São Marcos. Referência no tratamento do câncer no Piauí o hospital irá realizar a campanha “Diagnóstico Precoce: sua Chance de Cura” e convida toda a sociedade para tirar dúvidas sobre a doença. “Especialmente para as pessoas que não têm muito acesso à informação de qualidade, o diagnóstico praticamente vem junto com um atestado de óbito, ainda hoje. Por isso a grande importância dessa campanha, para que a gente trabalhe com a informação como primeiro remédio. Informação para que a comunidade toda saiba o que é o câncer, como prevenir, como tratar, como conhecer, quais os sintomas, o que pode ser curado e assim desmistificar esse estereótipo todo”, convida a psicóloga.
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse.
Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Para saber mais acesse nossa
Política de Privacidade e Uso de Cookies