Bebê gordinho teria mais risco de ser criança obesa
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Bebês que nasceram gordinhos e que crescem rápido têm muito mais chance de estar obesos ou acima do peso aos 7 anos, mostrou uma pesquisa com mais de 8 mil crianças em Hong Kong. A obesidade há tempos é associada ao estilo de vida e aos hábitos alimentares das pessoas, mas o estudo mostra que ela também pode depender da "epigenética" (fatores como genes e os hábitos alimentares e estilo de vida de pais e avós), disseram pesquisadores da Universidade de Hong Kong. "Tendemos a assumir que se trata apenas do nosso estilo de vida, mas as pessoas estão percebendo que não basta o que fazemos agora, importa também o que as pessoas fizeram na família no passado", disse Mary Schooling, professora-assistente da Faculdade de Saúde Pública da universidade. A pesquisa considerou "gordinhos" bebês nascidos com mais de 3,65 kg. O problema da obesidade, que afeta mais de 300 milhões de adultos no mundo, não está confinado aos países desenvolvidos do Ocidente. A obesidade infantil está crescendo na China, no Japão, em determinados países da África, na Tailândia, na Malásia, em Cingapura e em Hong Kong. Alguns especialistas usam a teoria do "gene econômico" para explicar o fenômeno. Pressupondo um ambiente frugal, como era ainda nos anos 1950 e 1960, a constituição dos asiáticos é programada para armazenar gordura. Mas, diante da abundância repentina, o organismo não consegue administrar a gordura, e a pessoa acaba obesa. O Ocidente, porém, começou a se adaptar à abundância a partir de meados do século XVIII, com a revolução industrial. O estudo envolve mais de 8,3 mil crianças nascidas em abril e maio de 1997 em Hong Kong. Elas devem ser monitoradas pelo resto da vida. Seu desenvolvimento foi registrado ao nascer, aos 3 meses, aos 9 meses, aos 3 anos e aos 7 anos. Cerca de 800 crianças no estudo estão acima do peso ou obesas. "O que mostramos é que os bebês que nasceram grandes e cresceram rápido têm um risco maior de estar acima do peso ou obesos aos 7 anos", disse Schooling. "O importante é assegurar que os bebês cresçam a uma taxa razoável. O melhor meio de conseguir isso é garantir que sejam amamentados." Para especialistas, o aleitamento materno ajuda a evitar a alimentação excessiva. Schooling e seu colega Gabriel Leung disseram que o tamanho do corpo da criança também podem depender de outros fatores. "Tem a ver com a dieta da mãe, com seu estilo de vida, até com o ambiente da avó. Tem a ver com o curso da vida dos pais, dos avós", disse Leung.
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