A maioria das crianças submetidas a tratamentos contra o câncer pode desenvolver problemas crônicos de saúde ao longo da vida. A causa, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira, além da própria doença, está relacionada a complicações no tratamento. Pesquisadores holandeses conduziram um amplo trabalho a longo prazo com mais de 1,3 mil crianças que sobreviveram ao câncer. Os resultados, publicados na revista da American Medical Association (JAMA), mostraram que 75% delas acabaram desenvolvendo uma ou mais enfermidades crônicas entre 20 e 30 anos. As doenças mais graves associadas aos tratamentos oncológicos (quimioterapia, radioterapia ou cirurgias) incluem obesidade, infertilidade, problemas neurológicos, de aprendizagem, comportamentais e hormonais, além do aparecimento de cânceres secundários. Os pesquisadores também descobriram que a radioterapia, quando utilizada como único tratamento contra o câncer, provoca um número maior de enfermidades crônicas do que a quimioterapia ou os procedimentos cirúrgicos. Essa diferença pode ser atribuída aos danos causados pela radiação nos tecidos saudáveis, destruídos junto com as células cancerosas. Huib Caron, professor de oncologia pediátrica do hospital infantil Emma, em Amsterdã, e diretor do estudo, explicou que isso fragiliza o organismo e aumenta o risco de um segundo câncer. Os resultados do estudo apontam para a necessidade de um acompanhamento contínuo de jovens pacientes com câncer para que os problemas decorrentes dos tratamentos oncológicos possam ser diagnosticados e tratados o quanto antes, afirmam os autores.
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