Recentemente, o país voltou à atenção para a situação médica do ator Reynaldo Gianecchini, 38 anos. Diagnosticado com um linfoma, a doença do ator trouxe à tona o debate sobre o problema que é mais comum do que se imagina. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que o número de pacientes dobrou nos últimos 25 anos, especialmente entre os idosos.
A incidência da doença vem aumentando entre 3% e 4% ao ano nas últimas décadas. É o câncer cujos registros mais aumentaram nesse período e essa rapidez no crescimento vem inspirando preocupação, conforme especialistas do Inca. O aumento, contudo, ainda não tem causas definidas. Alguns pesquisadores associam a processos virais e outros defendem que a culpa é do aumento da expectativa de vida da população, mas nada é conclusivo.
O avanço da doença é silencioso e os nódulos geralmente são encontrados em exames de check-up, ou seja, exames de rotina. Os sintomas da doença são variados, mas a maior parte dos pacientes tem um aumento dos linfonodos (chamados popularmente de ínguas), localizados no pescoço, dentro do abdome, no tórax, nas axilas e na virilha, sem uma evidência de infecção no organismo. Em 30% dos casos, também há perda de peso acentuada, coceira no corpo, sudorese noturna e febre de origem desconhecida.
Mas, os especialistas alertam que identificar esses sintomas não é garantia de que a pessoa tem a doença ou que ela está em estágio avançado. Isso quer dizer que há casos em que esses sinais são motivados por outros problemas de saúde que não são relacionados com câncer, como inflamações em alguma parte do corpo.
Tratamento
Hoje, as principais formas de tratamento são a radioterapia e a quimioterapia, mas novas terapias vêm ganhando espaço nos casos de linfomas de células B, o mesmo que a presidente da República, Dilma Rousseff, teve em 2009. A principal é a terapia com anticorpos monoclonais que, diferentemente da quimioterapia, atinge somente as células cancerígenas e preserva os tecidos saudáveis.
A própria presidente Dilma foi tratada com este tipo de imunoterapia e, pelas informações disponibilizadas pelo Hospital Sírio-Libanês, responsável pelo tratamento, a recuperação foi satisfatória. Com a imuniterapia as chances de cura do linfoma são muito maiores e, quando associada à quimioterapia, verificou-se uma evolução importante no quadro dos pacientes.
Nos linfomas mais agressivos, a taxa de cura usando apenas a quimioterapia geralmente é de 40%. Na terapia conjunta, salta para 60% a 70%. Para linfomas de células T, o que acometeu Gianecchini, este tipo de tratamento ainda não está disponível. Em casos mais graves de linfoma, é preciso recorrer a um transplante de medula óssea.
Com informações: Inca e Agência Brasil