Pela primeira vez, foi testado em humanos o transplante de células-tronco, retiradas do próprio coração, para combater a insuficiência cardíaca. E a estratégia teve bastante sucesso.
O uso de células-tronco aumentou a capacidade de o coração bombear sangue e fez com que o tecido afetado pelo infarto, considerado morto, conseguisse se regenerar.
Como os tratamentos atuais não resolvem esse problema, conseguir a reparação é "a busca pelo Santo Graal", segundo Luís Henrique Gow-dak, médico-assistente do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular e coordenador clínico dos estudos de terapia celular em cardiopatias do InCor (Instituto do Coração da USP).
"Nosso entendimento era de que o miocárdio morto tinha capacidade de regeneração inexistente. O trabalho desafia esse conceito, é um marco. Provou que essa recuperação é possível e não traz efeitos adversos", afirma.
O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Louisville e de Harvard, nos EUA, foi publicado na revista médica "Lancet".
Existem vários tipos de células-tronco, todas conhecidas por causa da capacidade de assumir a função de diversos tecidos. As do coração ajudam a formar as várias partes do órgão.
Em 14 pacientes (entre 16 que fizeram o autotransplante de células-tronco), foi observada, depois de quatro meses, uma redução de 25% do tamanho da área de músculo morto, medida por ressonância magnética.
Todos os voluntários já tinham sofrido infarto do miocárdio e feito ponte de safena -foi na cirurgia, inclusive, que as células-tronco foram retiradas do átrio.
Fonte: UOL