Cientistas: clonagem terapêutica está mais próxima
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A clonagem terapêutica para humanos ficou um pouco mais próxima da realidade depois que cientistas dos EUA anunciaram a criação de células-tronco embrionárias a partir de embriões de macacos, algo inédito no mundo. Em conferência sobre células-tronco na cidade australiana de Cairns, nesta semana, os cientistas contaram que conseguiram criar dois grupos de células-tronco embrionárias a partir de embriões clonados do macaco rhesus. "Estávamos há tempos procurando essas provas", disse o australiano Alan Trouson, do Centro de Células-Tronco da Universidade Monash (Melbourne), pioneiro nesse campo. "É muito importante ter isso, saber que podemos fazer isso, porque pode resultar em muitas novas linhas celulares que podem nos ajudar a entender algumas doenças complexas." Tentativas anteriores de obter células-tronco embrionárias a partir de embriões clonados de primatas fracassaram. O cientista coreano Woo Sook Hwang perdeu seu cargo de pesquisador por ter manipulado resultados sobre trabalhos com óvulos humanos. Mas Shoukhrat Mitalipov, do Centro Nacional de Pesquisas com Primatas do Oregon (EUA), disse ter conseguido usar uma variação da técnica chamada SCNT (transferência nuclear de célula somática, em inglês), na qual o núcleo de uma célula-ovo é removido e substituído pelo núcleo do doador. A célula acaba formando um blastócito (embrião em estágio preliminar), com DNA quase idêntico ao do organismo doador. Mitalipov disse ter usado células da pele de um macaco rhesus macho, de dez anos de idade. Ele apresentou à conferência análises de DNA que provam o sucesso da experiência, além de slides de células embrionárias transformando-se em células cardíacas e neurônios. De acordo com ele, a chave pode ter sido o uso de luz polarizada em laboratório ao invés de tinturas e luz ultravioleta para identificar os cromossomos das células. O trabalho de Mitalipov, ainda não publicado, pode deixar os cientistas mais próximos de produzirem células-tronco embrionárias a partir de células clonadas do corpo de adultos, reduzindo o risco de rejeição que existe quando são usadas células de um doador externo. Os cientistas esperam que a clonagem terapêutica ou regenerativa ajude no tratamento de lesões, inclusive de coluna cervical, e doenças como esclerose múltipla e cardiopatias, já que poderá levar à substituição de células nervosas, sanguíneas ou cardíacas que tenham problemas. Embora as conclusões de Mitalipov ainda estejam por confirmar, elas podem também aproximar os cientistas da clonagem de um primata adulto, o que inclui humanos e macacos. "Continuo me reservando a querer ver este processo completo", disse Trouson.
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