Criadas células-tronco com óvulos não fertilizados
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Uma equipe de cientistas anunciou hoje que desenvolveu um método para a produção de células-tronco a partir de óvulos não fertilizados, que poderá ser usada para o tratamento de doenças humanas degenerativas, e principalmente para benefício das mulheres. Elena S. Revazova, uma cientista russa que trabalha para a firma Lifeleine Cell Technology, de Maryland, e Nikolai A. Turovets, do Centro Científico de Obstetrícia, Ginecologia e Perinatologia de Moscou, chefiaram a equipe, que publicou sua descoberta hoje na revista Cloning and Stem Cells. "Nossa pesquisa resultou num protocolo para a produção de embriões humanos por partenogênese e a derivação de linhagens de célula-tronco obtidas deles", escreveram os autores do estudo. O trabalho obteve seis linhagens de célula-tronco de embriões "que são mais adequadas para o potencial uso clínico", afirmaram. As células-tronco têm a capacidade de se desenvolver como células especializadas em todo tipo de tecido do corpo. Os cientistas acham que elas servirão para o tratamento de males derivados da degeneração de tecidos. A pesquisa tem causado maior controvérsia nos Estados Unidos, porque as células-tronco mais versáteis e potentes são obtidas de embriões. Setores que acreditam que os embriões já são seres humanos sustentam que a produção deles para a colheita de células-tronco causa a morte de pessoas em estado embrionário. Pelo procedimento de partenogênese, um óvulo é fertilizado sem a intervenção de gametas masculinos. A técnica aumenta a possibilidade de que, no futuro, uma mulher que precise de um transplante para o tratamento de uma doença receba um órgão criado a partir de células-tronco geradas num de seus próprios óvulos, reduzindo o risco de rejeição. Na busca de células-tronco que possam se desenvolver em tecidos que não sejam rejeitados pelo paciente, outros pesquisadores trabalharam com a inserção do DNA do paciente num óvulo não fertilizado, para a obtenção de células-tronco. Até agora a técnica não funcionou com seres humanos. Revazova e Turovets tentaram um caminho diferente: a fertilização de um óvulo com seu próprio DNA. O processo não permite a produção de um embrião viável, mas é suficiente para a obtenção de células-tronco compatíveis geneticamente com a doadora do óvulo. O processo resultaria em células-tronco apropriadas para a mulher. Mas obviamente não permitiria a obtenção de células-tronco adequadas para os homens. "As células-tronco obtidas de embriões têm significativos benefícios terapêuticos potenciais para os pacientes", diz o artigo. "As células-tronco de embriões que estejam relacionados geneticamente com a pessoa que receberá os tecidos podem superar os problemas de rejeição", acrescenta. "Neste sentido, as células-tronco obtidas por partenogênese podem ser uma alternativa às células-tronco de embriões derivados da transferência de células de núcleos para as mulheres em idade reprodutiva", segundo os pesquisadores.
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