Droga feita de invertebrado ajudaria tratar câncer
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Uma pesquisa liderada pela Universidade de Milão, na Itália, mostrou que uma droga produzida a partir de invertebrado marinho pode ajudar no tratamento de um determinado tipo de câncer. A droga, trabectedin, produzida a partir de ascídias, se mostrou eficaz no tratamento do lipossarcoma mixóide. O sarcoma é um tumor que se manifesta no tecido conjuntivo, especialmente nos ossos, cartilagens e músculos, podendo se estender a outros tecidos através da corrente sanguínea. O lipossarcoma mixóide é um tipo de raro de sarcoma de tecido mole que em 75% dos casos ataca os membros inferiores. Os pesquisadores testaram o trabectedin em 51 pacientes com lipossarcoma mixóide, cujo câncer estava em estágio avançado e para o qual já haviam recebido algum tipo de tratamento. Do total, eles observaram que 26 pacientes responderam a nova droga, sendo que em dois casos o câncer desapareceu por completo. Nos outros 24 pacientes, os tumores foram reduzidos em até 30%. Testes anteriores realizados com o trabectedin apresentaram resultados satisfatórios em apenas 20% dos casos, enquanto a nova pesquisa revelou que a droga foi eficaz em 51% dos casos. Novos testes O estudo, liderado por Federica Grosso, da Unidade de Sarcomas da Universidade de Milão, foi feito em parceria com especialistas de outros centros de sarcoma em Boston, nos EUA, Londres, Lyon e Paris. A pesquisa foi publicada na edição online do mês de julho da revista The Lancet Oncology. O tratamento mais usado atualmente para os lipossarcomas de tecido mole é a remoção do tumor, mas segundo os pesquisadores, cerca de metade dos pacientes, em geral, desenvolvem metásteses depois de um tempo e morrem. Animados com os resultados, os cientistas iniciaram duas novas pesquisas. "Os resultados levaram ao início de dois outros estudos que vão testar o papel do trabectedin no tratamento do câncer na fase pré-operatória e no desenvolvimento da metástese", disse Grosso. Um tipo mais comum de sarcoma é o sarcoma de Kaposi, que normalmente se manifesta como tumores na pele de pessoas que são portadoras do vírus HIV.
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