Crianças com mais de 2 anos que não tomam medicamentos anticoagulantes e que desenvolvem alguma mutação genética correm maior risco de sofrerem repetidas tromboses venosas, diz um artigo publicado em The Lancet Neurology. A professora Ulrike Nowak-Goettel, do Departamento de Hematologia e Oncologia Pediátrica do Hospital Universitário de Münster, na Alemanha, dirigiu um estudo com 398 crianças que sofreram uma trombose venosa cerebral. A equipe de especialistas acompanhou a evolução destes pacientes por 36 meses, em média, para determinar o risco de reincidência da trombose. Doze crianças morreram imediatamente, enquanto outras 22 sofreram uma nova trombose venosa - 13 do tipo cerebral. A trombose recorrente aconteceu apenas em crianças com mais de 2 anos. As que não receberam anticoagulantes demonstraram ter 11 vezes mais chances de sofrerem uma nova trombose venosa. Já os pequeninos com obstrução das veias tinham probabilidade quatro vezes maior de desenvolverem uma trombose deste tipo, da mesma forma que os pacientes que sofreram uma mutação genética que aumenta os riscos da doença. "Embora as tromboses venosas cerebrais estejam ligadas ao aumento da mortalidade e da morbidade, suas causas em crianças não foram suficientemente investigadas", afirmam os autores do estudo. Pacientes com mais de 2 anos que sofreram uma segunda trombose venosa só a desenvolveram, em média, aos 13 anos. Os especialistas formularam a hipótese de que a puberdade é o segundo maior risco para uma trombose venosa depois da grande probabilidade de a criança padecer da doença no primeiro ano de vida. Os motivos podem ser as mudanças hormonais e a regulação do sistema fibrinolítico (que dissolve o coágulo sangüíneo). No entanto, os autores dizem que é necessário avaliar as vantagens da administração contínua de anticoagulantes em crianças, por causa dos riscos de hemorragia em função de seu nível de atividade física. Por isto, deve-se considerar cada caso separadamente.
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