Um estudo feito por pesquisadores suecos e divulgado hoje no Reino Unido aponta que Áustria, França, Suíça, Estados Unidos e Espanha são os cinco países com melhor acesso a medicamentos de combate ao câncer. A pesquisa, feita pelo Instituto Karolinska de Estocolmo, que decide os prêmios Nobel de Medicina, foi realizada em 25 países e analisa a dificuldade de acesso a remédios contra diferentes tipos de câncer, como de pulmão e de mama. O estudo é uma revisão de outro trabalho realizado em 2005 que envolvia 19 países europeus: Áustria, Bélgica, República Tcheca, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Holanda, Noruega, Polônia, Portugal, Suíça, Suécia, Reino Unido e Espanha. Publicado na revista médica britânica Annals of Oncology, a nova análise inclui ainda Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Japão, África do Sul e EUA. Os pesquisadores suecos revelam que Áustria, França, Suíça e Estados Unidos são "os líderes no uso de novos medicamentos contra o câncer". Já os países pesquisados onde o acesso é mais difícil são Nova Zelândia, Polônia, República Tcheca, África do Sul e Reino Unido, pois neles a disponibilidade de novos remédios é "baixa e lenta". Segundo um dos autores da pesquisa, Bengt Jonsson, diretor do Centro para a Economia de Saúde da Escola de Economia de Estocolmo, as "maiores diferenças" entre os países estão no acesso a remédios para tratar cânceres de pulmão e de intestino. Os especialistas suecos avaliaram 64 novos medicamentos, com especial atenção a produtos para o câncer de mama (como trastuzumab), cólon (bevacizumab) e pulmão (erlotinib). O trabalho revela ainda que a França possui o maior índice de sobrevivência a doenças cancerígenas em um período de cinco anos. Lá, 71% das mulheres e 53% dos homens com tipo de câncer conseguem vencer a doença graças à disponibilidade dos remédios adequados. Em segundo lugar está a Espanha, com um índice de sobrevivência de 64% para as mulheres e 50% para os homens. Já a Alemanha vem em terceiro (63% e 53 %, respectivamente), seguida da Itália (63% e 48%) e do Reino Unido (53% e 43%). O estudo indica ainda que em França, Espanha, Alemanha e Itália, entre 51% e 52% dos pacientes de câncer foram tratados com medicamentos comercializados após 1985. Este percentual, no entanto, cai para 40% no Reino Unido, país que ocupa a pior colocação entre os "cinco grandes" da Europa Ocidental. "Em muitos países, os novos medicamentos não alcançam os pacientes com a rapidez necessária, e isso possui um impacto negativo na sobrevivência dos pacientes", explica o oncologista Nils Wilking, outro dos autores da pesquisa. "O lugar onde (uma pessoa) vive pode determinar se receberá o melhor tratamento disponível ou não. Até certo ponto, isto é causado por fatores econômicos, apesar de a maior parte das diferenças entre os países continuar sem explicação", conclui.
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