Um grupo de pesquisadores recomenda reforçar os cereais com suplementos à base de ferro diferentes dos consumidos na dieta normal para combater a anemia nas crianças dos países em desenvolvimento, afirma um artigo publicado no último número da revista The Lancet. O EDTA de ferro e sódio (NaFeEDTA) provou ser mais eficaz que o ferro eletrolítico, apesar de este último ser o suplemento ferroso mais freqüentemente usado na farinha. Pauline Andang``o, do Centro de Pesquisas sobre a Saúde Pública do Kenya Medical Research Institute, em Nairóbi, e um grupo de cientistas que trabalham na Holanda estudaram 516 crianças com idades entre três e oito anos. Segundo os resultados, 10% destas crianças, matriculadas em quatro escolas de Marafa, no Quênia, sofriam de anemia, uma doença caracterizada pela deficiência de glóbulos vermelhos (hemoglobina) no sangue. Uma das causas da anemia é precisamente a falta de ferro na dieta alimentar. Segundo estes pesquisadores, o reforço com suplementos à base de ferro das farinhas de cereais poderia ser uma forma eficaz, relativamente barata e sustentável, de combater a anemia infantil nos países em desenvolvimento. As crianças do estudo foram divididas em quatro grupos. A cada um foi dada a mesma quantidade diária de papinhas com farinha, cinco vezes por semana. O grupo de controle consumiu farinha de milho normal, enquanto nos outros três grupos a alimentação foi reforçada com farinha com dose elevadas de EDTA de ferro e sódio (56 mg/kg), doses baixas do mesmo suplemento (28 mg/kg) ou com ferro eletrolítico (56 mg/kg). Comparado com o grupo de controle, a incidência da anemia diminuiu em 89% entre as crianças que consumiram altas doses de NaFeEDTA e em 49% entre os que receberam doses menores, enquanto não foi notada nenhuma redução no grupo que consumiu farinha à base de ferro eletrolítico. Entre as crianças que receberam altas doses de EDTA de ferro e sódio aumentaram também os níveis de hemoglobina, as concentrações de ferritina no plasma e as quantidades de receptor solúvel de transferrina indicadores que melhoraram inclusive com doses menores, mas pouco no caso do ferro eletrolítico. Os autores advertem, no entanto, que são necessários mais estudos para determinar a dose exata de EDTA. A substância pode induzir à deficiência de zinco, apesar de haver provas de que pode inclusive melhorar a absorção do metal.
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