Para orientar a população sobre os cuidados preventivos a respeito do câncer de boca, os profissionais de saúde bucal do Hospital São Marcos ministraram palestras na manhã desta quarta-feira, dia 23. O câncer oral é aquele que acomete a porção da garganta para frente, ou seja, toda a parte visível da boca até os lábios.
O seu local mais comum é o assoalho da boca, embaixo da língua, a porção lateral da língua e o palato mole. Por isso mesmo é facilmente visível a olho nu tanto pelo próprio paciente quanto por dentista ou médico. “Esse tipo de câncer acontece principalmente em pessoas que fumam cigarro, bebem bebida de álcool ou que mascam tabaco”, explicou a médica Lúcia Reis.
O principal fator que desenvolve câncer bucal é o fumo, uso de próteses, má higiene bucal, uso de álcool, exposições ao sol sem proteção bucal e deficiências imunológicas acabam por acarretar em um câncer bucal. Os sintomas do câncer bucal são: lesões que não geram dores na mucosa e na parte externa dos lábios, nas línguas e na região interna da boca e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas.
“Preste atenção quando aparecer uma ferida na boca e se ela persistir por mais de vinte dias procure um médico. O nível mais avançado do câncer pode fazer com que aconteça dificuldades na fala, deglutição e até mesmo na mastigação e isso pode levar ao emagrecimento e presença de íngua no pescoço”, alerta a médica.
O câncer bucal normalmente ocorre em pessoas do sexo masculino que fumam, com mais de 30 anos e consome bebidas alcoólicas, porém o ideal é fazer o auto-exame para identificar se há ou não a presença de uma ferida que pode ocasionar ou não um câncer de boca. “Caso veja alguma irregularidade o indicado é procurar um dentista o mais rápido possível”, orientou Lúcia Reis.
A especialista do Hospital São Marcos destacou ainda que estudos sugerem que a infecção pelo HPV pode estar associada a um aumento do risco desse tipo de câncer, assim como do colo uterino. “Detectar a presença dessa infecção, tratá-la quando necessário e fazer exames regulares para diagnosticar alterações relacionadas com essa infecção ou com lesões pré-malignas podem diminuir o risco de desenvolver câncer oral”, enfatizou.
Os fatores de risco e proteção para o câncer oral mais conhecidos e que podem ser modificados são:
Fumo.
O uso de tabaco em qualquer forma (fumando cigarro, charuto, cachimbo ou mascando) é responsável pela grande maioria desse tipo de câncer.
Quanto mais a pessoa fuma maior é o seu risco.
Não fumar é a forma mais eficaz de evitar esse tipo de câncer.
Os fumantes que param de fumar têm o seu risco reduzido grandemente já no primeiro ano de abstinência ao fumo. E esse risco se reduz progressivamente até praticamente se igualar aos que nunca fumaram em 10 anos, se a pessoa permanecer sem fumar.
O uso de maconha também está associado ao câncer oral.
Álcool.
O uso de bebida de álcool, principalmente quando associado ao fumo, também é um fator de risco importante para o câncer oral.
Quanto mais porções a pessoa ingere, maior é o seu risco.
Usar bebida de álcool com moderação ou evitar completamente a ingestão de álcool diminui o risco de desenvolver esse tipo de câncer, principalmente entre os fumantes.
Cerveja e destilados são os tipos de bebida de álcool mais comumente associados a esse tipo de câncer.
Dieta.
Uma dieta rica em fibras, com grande quantidade de frutas, legumes e verduras diminui o risco para o câncer oral, principalmente de pessoas que fumam.
Idade.
O câncer oral é raro antes dos 45 anos. Depois dessa idade a sua freqüência aumenta, principalmente entre as pessoas de maior risco, como os fumantes.
Fazer visitas regulares ao dentista ou outros profissionais da área da saúde para fazer um exame da cavidade oral com o objetivo de detectar lesões precursoras desse tipo de câncer é particularmente importante após essa idade.
Exposição ao sol.
Proteger os lábios dos raios de sol mais fortes, entre as 10 e 16 horas, com protetor solar ou chapéu, pode diminuir o desenvolvimento de câncer do lábio inferior.