As duas principais causas de morte do País estão diretamente relacionadas à hipertensão. Cerca de 80% dos casos de acidente vascular cerebral (derrame) e enfarte são provocados pela pressão elevada, segundo dados do Hospital do Coração (HCor). Juntas, as doenças cardiovasculares provocam em torno de 315 mortes por ano, número duas vezes maior que os óbitos causados por todos os tipos de câncer juntos e três vezes superior às mortes por acidentes, de acordo com um levantamento feito pela a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Mais da metade das mortes pelas doenças cardiovasculares, contudo, poderia ser evitada se a hipertensão fosse controlada. O problema é que a pressão alta é subestimada pelos pacientes, dizem os médicos. Isso porque, na maioria dos casos, a doença não provoca sintomas. Assim, embora 30% dos adultos do País sejam hipertensos, a SBC estima que apenas um em cada quatro deles estejam em tratamento. Para tentar reverter esse quadro, hoje, Dia Nacional de Prevenção e Controle da Hipertensão, a entidade lança uma campanha de peso contra a doença, com a participação de artistas, modelos e esportistas, como o ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário.
Medição frequente
Um dos objetivos da SBC é incentivar que o próprio paciente sempre peça ao médico, de qualquer especialidade, que faça a aferição da pressão. “Às vezes, o único contato que a pessoa tem com o médico é quando fratura um pé ou um braço. Se o ortopedista não mede a pressão do paciente nesse momento, portanto, talvez ele esteja perdendo a única oportunidade de descobrir uma hipertensão”, diz o médico Celso Amodeo, do Hospital do Coração (HCor).
Na terceira idade, alterações de pressão são ainda mais comuns. Mais da metade da população brasileira entre 60 e 69 anos apresenta a doença. Entre os que têm mais de 70 anos, 75% sofrem de pressão alta.
Quem se sente bem também deve medir a pressão, no mínimo duas vezes por ano. Sedentários, obesos, consumidores de álcool e de muito sal estão no grupo de risco e devem fazer um controle mais rigoroso.
Fonte: estadão.com