O Centro representava um avanço em relação à década anterior, quando fora fundado o Departamento Nacional de Saúde Pública, já uma primeira tentativa de organizar nacionalmente a área. Alguns de seus maiores incentivadores foram médicos, como Mário Kroeff, que liderou um movimento contra o câncer no Rio de Janeiro e assumiu o Centro de Cancerologia. E daria início ao INCA.
Em 1944, o Centro foi transformado no Instituto de Câncer, com a missão de coordenar e ajudar a executar a política de combate à doença em todo o País. Na década seguinte, em 1957, quando ainda ecoava na capital da República o tiro suicida daquele que assinara o decreto que gestou o INCA, o Instituto ganharia uma sede própria, na Praça Cruz Vermelha, no Centro do Rio de Janeiro. Um regimento passou a reconhecer oficialmente as atividades que vinham sendo desempenhadas pelo Instituto de Câncer na pesquisa científica e nos serviços assistenciais. Novas competências relacionadas à prevenção da doença e a formação de recursos humanos especializados lhe foram atribuídas.
Avanços e parcerias – O Brasil dos anos de chumbo da década de 1960, conheceu a Campanha Nacional de Combate ao Câncer, implementada com o objetivo de dar maior racionalidade à gestão administrativa e de recursos financeiros de combate à doença no Brasil. Assim, o INCA deixou de ser o principal formulador da execução das políticas de combate ao câncer no País, mas manteve a prestação de serviços médicos, ensino, pesquisa e elaboração de programas educativos.
Em associação à Campanha Nacional Contra o Câncer, em 1982, o Instituto passou a fazer parte do Sistema Integrado de Controle do Câncer e voltou a ser a instituição central no controle do câncer em nível nacional, atuando por meio de programas de prevenção, informação, registro e formação de recursos humanos, além da assistência em seus hospitais.
Em 1991, é criada a Fundação Ary Frauzino para Pesquisa e Controle do Câncer – hoje, Fundação do Câncer – para oferecer parceria e apoio técnico ao INCA. Inovador modelo de gestão, a iniciativa possibilitou o suporte necessário ao Instituto para investimentos estruturais, em RH e em tecnologia, além de contar com o aporte de empresas interessadas em contribuir no controle da doença.
Em dezembro de 2005, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Oncológica, que prevê ações integradas para enfrentar o desafio de ampliar o controle do câncer e difundir informações sobre a doença. O INCA é o promotor da formação desta Rede de Atenção Oncológica, que envolve diversos parceiros, visando a implementação de ações que resultem em mudanças de comportamento e na adoção de hábitos de vida saudáveis da população.
Valor e bênção – Atualmente, o INCA é referência nacional de qualidade na assistência em suas cinco unidades hospitalares e desenvolve extenso trabalho nas áreas de prevenção, controle, pesquisa e ensino. Por exemplo, foi o único convidado na América Latina pela Organização Mundial da Saúde a integrar seu Comitê Consultivo de Controle de Câncer para elaborar uma estratégia global de controle da doença. E no ano passado, o INCA somou ainda mais valor a sua história ao agregar o nome do ex-vice-presidente da República José Alencar Gomes da Silva, sinônimo de força no enfrentamento ao câncer.
Nestes seus 75 anos, o INCA sabe que ainda há muito para ser feito. Talvez mais do que antes, agora que o Brasil enfrenta um processo de envelhecimento da população. Para estes novos tempos, é preciso da ajuda da comunidade científica, da sociedade em geral e, ainda assim, às vezes, é preciso de Algo mais. Por isso, na sexta-feira, 13, o arcebispo metropolitano do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta, dentro das comemorações pelo dia do padroeiro da cidade, São Sebastião, fará uma visita ao INCA, para abençoar o Instituto e sua missão. E, assim, novos galhos na luta pelo controle do câncer possam ser abençoados ao alcançar a luz do sol.
Fonte: INCA