Para facilitar a identificação da causalidade de determinados tipos de câncer por agentes específicos e levar a políticas públicas de revisão dos ambientes de trabalho insalubres, o INCA lançou a publicação
Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho.
De acordo com a publicação, pelo menos 19 tipos de tumores – entre eles os de pulmão, pele, fígado, laringe, bexiga, mama e leucemias – estão relacionados à ocupação e ao ambiente de trabalho. E trabalhadores de algumas profissões, como as de cabeleireiro, piloto de avião, comissário de bordo, farmacêutico, químico e enfermeiros são muito mais propensos ao desenvolvimento desses tumores.
O lançamento contou com a presença do diretor do Departamento de Vigilância da Saúde Ambiental e da Saúde do Trabalhador da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, Guilherme Franco Neto e do diretor-geral do INCA, Luiz Antonio Santini. Guilherme destacou que o “documento é absolutamente estratégico para que se conheça as informações e se aborde a vigilância do câncer de maneira adequada”.
Ele sugeriu que o material seja apresentado formalmente ao ministro da Saúde, aos secretários do Ministério e a instâncias como Conselho Nacional de Saúde, Conselho de Secretários Municipais e Estaduais de Saúde. “Esses atores podem pautar a agenda e estabelecer prioridades”, frisou.
Guilherme acha importante, ainda, que além da Saúde, os atores das área de Trabalho e Previdência também sejam sensibilizados para a questão da exposição dos trabalhadores a risco de câncer devido à ocupação desempenhada. E por fim, que todos os profissionais de saúde sejam capacitados para fazer as anotações corretamente quando do diagnóstico de um câncer relacionado ao trabalho.
Santini disse que era muito recompensador ser o diretor do INCA quando a instituição apresentava esse trabalho. “Além de trazerem diretrizes e orientações, essa publicação é uma homenagem a todos os trabalhadores. Quero agradecer a dedicação da equipe que produziu o documento e aos colaboradores externos que contribuíram na sua elaboração.”
Cada capítulo da publicação foi escrito por um grupo de especialistas e submetido à análise de um comitê de consultores. O objetivo é oferecer aos profissionais de saúde subsídios, por meio de orientações técnicas e epidemiológicas, para buscar na história pessoal e profissional do paciente, informações ou indícios de contato com compostos potencialmente cancerígenos no ambiente ou no processo de trabalho.
Além das substâncias mais comumente associadas ao desenvolvimento de tumores, como o amianto (ou asbesto), classificada pela Organização Mundial da Saúde como cancerígena para humanos desde 1987, produtos aparentemente inofensivos, como poeiras de cereais, de madeira e de couro, e até mesmo medicamentos (os antineoplásicos) podem provocar câncer.
Fonte: INCA