O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que completou 66 anos na última quinta (27), foi diagnosticado com um tumor na região da laringe neste sábado (29) e deve iniciar quimioterapia na segunda-feira (31). Segundo o médico Rafael Possik, oncologista do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde ele realizou exames neste sábado, esse tipo de tumor está diretamente relacionado ao consumo de tabaco e bebidas alcoólicas.
Lula estava com rouquidão considerada acima do normal vinha se queixando de dores de garganta nos últimos dias. “Há uma correlação direta entre esses tumores e o fumo e a bebida alcoólica. Ele [Lula] tem chances de cura, mas depois deverá prevenir”, afirmou.
Segundo o médico, a doença de Lula deve ser controlada de perto, mas o ex-presidente não corre o risco de perder a voz. “Fazer quimioterapia requer um controle de perto. É provável que ele faça radioterapia depois da quimio, mas deve conservar a voz”, acrescentou.
A laringe é um órgão situado na região do pescoço e tem funções respiratórias e relacionadas ao aparelho vocal. O câncer de laringe atinge principalmente homens e é um dos mais comuns na região da cabeça e pescoço.
O tratamento deve durar pelo menos cerca de três meses. O tumor tem, segundo médicos da equipe do hospital que atendem o ex-presidente, entre dois e três centímetros, tamanho considerado médio, e está situado sobre a glote do ex-presidente. Os médicos descartaram, por enquanto, a necessidade de cirurgia. Lula deve ser submetido a três ciclos de quimioterapia, uma a cada 20 dias, durante o tratamento.
Segundo o Instituto do Câncer (Inca), fumantes têm dez vezes mais chances de desenvolver câncer de laringe que pessoas que não fumam. O câncer de laringe representa cerca de 25% dos tumores malignos na região da cabeça e pescoço. Dois terços dos tumores do gênero ocorrem na corda vocal.
Possik também disse que o tratamento deve interferir na rotina do ex-presidente. “É um tratamento que interfere, requer um repouso, uma parada das atividades normais. Ele não pode deixar em segundo plano a vida dele. A cura dele vem em primeiro lugar.”
O especialista esclareceu que um tumor pode ser benigno ou maligno -- nesse último caso, vira um câncer. A necessidade de tratar com quimioterapia em geral ocorre quando o tumor é maligno.
FONTE: UOL