Estima-se que, no Brasil, a taxa de infecções hospitalares atinja 15% das internações. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 234 milhões de pacientes são operados por ano em todo o mundo. Destes, um milhão morrem em decorrência de infecções hospitalares e sete milhões apresentam complicações no pós-operatório.
Para prevenir a infecção hospitalar, as principais recomendações envolvem hábitos e cuidados dos pacientes e dos profissionais de saúde, além dos protocolos internos dos serviços de saúde. “Infecção hospitalar é uma preocupação no mundo inteiro, e no Brasil o controle de infecções é uma realidade muito recente”, informa a médica infecologista Rosania Maria de Araújo Oliveira, durante palestra na manhã desta quarta-feira, 24, para médicos residentes e colaboradores da Associação Piauiense de Combate ao Câncer - Hospital São Marcos (APCC/HSM) .
Infecção hospitalar geralmente são adquiridas dentro das enfermarias e UTIs e pode ser transmitida de um paciente para outro, assim como para os acompanhantes, se não adotadas as devidas medidas de proteção. “Assim, como em outras instituições de saúde espalhadas pelo mundo, este hospital tem grande preocupação em manter a qualidade e segurança na assistência aos pacientes. Então é importante estarmos atentos à correta higienização das mãos, com soluções alcoolicas e as precauções para proteção, tanto do profissional de saúde, quanto para os pacientes; como o uso correto de luvas, máscaras e avental para controle dos germes. Essas medidas simples, já adotadas aqui, foram definidas pela Organização Mundial de Saúde e ajudam a diminuir as taxas de infecções em todo lugar”.
A maior parte das infecções hospitalares é provocada por micro-organismos presentes no próprio paciente. Em geral, são micro-organismos que já vivem no corpo humano ou no meio ambiente e se aproveitam quando o sistema de defesa do paciente está mais frágil. "As infecções adquiridas em serviços de saúde podem ser provocadas também por falha nos procedimentos realizados pelos profissionais de saúde e podem ser transmitidas pelas mãos do profissional, por materiais ou por contato com outros pacientes infectados".
Pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm ainda maior probabilidade de contrair infecções, pois o uso de equipamentos invasivos, como cateter e respirador (para ventilação mecânica), facilitam a entrada de bactérias e vírus. Lesões na pele do paciente também são portas de entrada para essas infecções. "Por isso, a higiene das mãos antes e depois de uma visita ou contato com o paciente é uma das recomendações mais básicas na prevenção de infecções”, alerta a infectologista.
Pacientes e acompanhantes de pessoas internadas ou em ambulatórios também podem ajudar na prevenção das infecções com medidas adequadas e lembrando algumas informações para ajudar os profissionais de saúde durante o atendimento.
Dra. Rosania Oliveira é graduada pela Universidade Federal do Piauí (1998). Cursou residência médica em Infectologia e Terapia Intensiva. Ainda na faculdade interessou-se pela temática do Controle de Infecção Hospitalar e Uso Racional de Antimicrobianos. Cursou especialização em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar pela UNINOVAFAPI. É mestre em Genética e Toxicologia pela ULBRA do Rio Grande do Sul. Sócia-fundadora e membro da Regional Piauiense da Sociedade Brasileira de Infectologia. Sócia-fundadora e atual presidente da Associação Piauiense de Controle de Infecção. Desde 2014 é infectologista do Hospital de Urgências de Teresina -HUT. Há 17 anos trabalha na Associação Piauiense de Combate ao Câncer - Hospital São Marcos, tendo ingressado ainda na Residência Médica e atualmente e médica infectologista da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar da APCC/HSM.