O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, atingindo principalmente as que estão acima dos 40 anos. Mesmo assim, aproximadamente 4,5% dos registros estão entre as mais jovens, cujo diagnóstico é mais difícil, geralmente o tecido mamário é mais denso comparado com o de mulheres com mais idade dificultando a identificação de nódulos e quando diagnosticados, a doença poderá já estar em estágio avançado.
Em casos avançados da doença, de acordo com o ginecologista e mastologista, Sabas Vieira, considera um problema importante porque é a principal causa de morte nesse grupo etário. “Essas pacientes têm algumas características que se diferenciam das mais idosas e uma delas é o fato da incidência maior, dessas pacientes ter câncer de mama hereditário”.
Nesses casos, o mastologista recomenda que as pacientes jovens façam uma avaliação genética pra ver se elas não têm mutação que aumentam a doença na outra mama. “Para isso, o cenário de tratamento muda, geralmente elas precisam fazer quimioterapia”, informa Dr. Sabas, durante a Reunião Clinica em Mastologista da Associação Piauiense de Combate ao Câncer – Hospital São Marcos, na quinta-feira, 21 de março. “O prognóstico é bastante satisfatório nestas pacientes que recebem tratamento multidisciplinar. A taxa de cura pode chegar a 90% dos casos com cirurgia, radioterapia e quimioterapia”.
Em geral, mamografias regulares não são recomendadas para mulheres com menos de 40 anos. A maioria dos especialistas acreditam que o baixo risco de desenvolver câncer de mama em idade jovem, não justifica a exposição à radiação ou o custo da mamografia. “Mamografias só são recomendadas para mulheres mais jovens com um histórico familiar de câncer de mama e outros fatores de risco, como exposição à radiação na região do peito, uso excessivo de álcool, de carne vermelha, mamas densas e obesidade”, explica o mastologista.
Quanto a cirurgia em paciente jovens das mais idosas, Dr. Sabas explica que não existe muita diferenciação. “Exceto nas pacientes que têm mutação, onde a retirada da mama do outro lado aumenta a chance de cura. É claro que essa é uma questão que deve ser bastante discutida com a paciente e seus familiares, pois quanto maior a cirurgia, maior as taxas de complicações. Esse é um dado bastante latente na literatura, onde pacientes que possuem mutação, cerca de 10% dos casos, com a retirada da outra mama, do outro lado, trás o ganho de sobrevida”, afirma.
Chama bastante atenção, o aumento do número de mastectomia no Brasi em mulheres que não apresentaram a doença. “Essa é um tendência mundial. 90% das pacientes com a doença não precisam retirar a mama. Pelo medo da doença, as mulheres acreditam que o risco de ter a doença na outra mama é muito grande. Essa cirurgia contralateral é pra um grupo especifico de pacientes, as que têm mutação ou fizeram teste genético”, destaca.
Para a dra. Elisa Rosa, mastologista do Hospital São Marcos, o debate sobre o câncer de mama em mulheres jovens é bastante proveitoso. “Sabemos que o número de câncer de mama em jovens é frequente no Brasil. Abaixo da faixa etária, dos 50 anos, 60% dos tumores são de um tipo, caracterizados como mais agressivos. Vale alertar para o exame clinico anual, em todas as faixas etárias, com um mastologista a partir dos 40 anos. Já pacientes com histórico familiar da doença devem fazer o exame mais cedo. O exame deve ser feito por volta dos 10 anos, anterior ao que a sua parente teve. Se alguém da família teve a doença com 40 anos, você deve fazer com 30 anos”, exemplifica.
No Piauí, 80% das pacientes são tratados pelo Sistema Único de Saúde. “Essa é uma informação relevante porque a nossa experiência nesses casos mostra que o hospital São Marcos é o Centro de referência no tratamento desta doença. São números grandes que impactam no curso da doença”, declara Drª. Elisa.
As reuniões clínicas em Mastologia fomentam a formação de residentes médicos, e a troca de experiências entre especialistas para melhoria no combate ao câncer de mama. “Essas reuniões acontecem há mais de 25 anos. São encontros inclusivos, onde discutimos temas específicos com nossos profissionais, inclusive com colegas de outros hospitais. Queremos é a ciência! Esse hospital nascer formador maior dos oncologistas desse estado e que continue assim, porque todos são bons. Somos abertos a todos os grupos da cidade e todos aceitam nosso convite para esse momento de interação. O Dr. Sabas e eu começamos a nossa carreira juntos aqui. Ele cresceu muito. Fez concurso, fez o seu serviço e continua a vida crescendo como um dos melhores da cidade. A aula dele foi brilhante!” avalia Dr. Pádua Filho, diretor da Clínica Médica do HSM.
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