O câncer de mama é a segunda neoplasia maligna mais incidente entre a população feminina mundial e influencia as taxas de morbidade e mortalidade. Muitas vezes, a doença está associada à necessidade da mastectomia que provoca impacto sobre a vida da mulher, nos âmbitos pessoal, familiar, sobretudo nos aspectos relacionados à qualidade de vida e sexualidade. Foi o que afirmou a psicóloga do Hospital São Marcos, Roberta Melo durante palestra nesta segunda-feira, dia 21.
Ela pontuou que além dos problemas de saúde, psicológicos e sociais o câncer de mama traz um temor ainda maior para a mulher: a sua sexualidade. “Afinal, quando é submetida a uma cirurgia parcial ou total da retirada da mama, ficamos a impressão de que perdemos junto com ela a capacidade de sermos sensuais e sexualmente atraentes para nossos parceiros. Mas isso não é verdade. A vida não acaba, pelo contrário, a mulher pode renascer em todos os sentidos”, disse.
A especialista que é coordenadora do grupo Amigo do Peito que oferece apoio psicológico às pacientes do Hospital São Marcos afirmou ainda que o medo do abandono do companheiro é algo inevitável de se pensar. “Porém é preciso lembrar que se você possui uma relação com base sólida nenhum homem irá te abandonar por conta de uma doença, seja ela qual for. Aquele que o fizer é porque a relação já não estava bem antes e estará usando isso como desculpa. Dessa forma você está pronta e renovada”, acrescentou.
A mastectomia causa um impacto que afeta não apenas a mulher, mas estende-se ao seu âmbito familiar, contexto social e grupo de amigos. “Esse impacto é potencializado pelos tratamentos indicados associados à cirurgia. A situação da doença e da mastectomia afeta os relacionamentos interpessoais na família, visto que diante de todo o processo, as alterações de ordem física, emocional e social na vida da mulher se estendem aos familiares. Mas é preciso apoiá-la para que seja feito um recomeço ao lado da família”, destacou Roberta Melo.