Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica demonstram que nos dois últimos anos, os casos graves de câncer aumentaram em todo o país. O aumento está relacionado principalmente à pandemia de Covid-19, que provocou quedas expressivas nos procedimentos diagnósticos, nas consultas médicas e nas cirurgias. No próximo dia 27 de novembro, acontecerá uma grande ação de combate ao câncer em vários locais do país.
Diante deste cenário, com a proposta de conscientizar a população sobre a importância do cuidado com a saúde, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) lança a campanha Não dá para esperar. Cuide-se. O câncer não ficou de quarentena.
“Esta será ação permanente, que irá abraçar as demais campanhas que já são tradicionais ao abordar tipos específicos de câncer, como o Julho Verde, Agosto Branco, Setembro Lilás, Outubro Rosa, Novembro Azul e Dezembro Laranja. Além disso, temos também a tradicional Ação Nacional de Combate ao Câncer que acontece agora em novembro”, explica o cirurgião oncológico, Herbert Meneses.
Antes da pandemia, o câncer já gerava preocupação em todo o mundo por conta de gargalos no diagnóstico, com altas taxas de tumores avançados até mesmo para tipos de câncer que possuem exames de rastreamento como mamografia, colposcopia e papanicolau.. “O câncer é uma doença complexa, muitas vezes agressiva e de rápida progressão, por isso necessita de urgência, seja nos cuidados da saúde, incluindo exames de rastreamento e principalmente, a atenção a sinais e sintomas que podem indicar a presença da doença como em seu tratamento”, informa Dr. Hebert.
Além da descoberta tardia, que aumenta a complexidade do tratamento, os custos e reduz as chances de cura, havia também a perspectiva do exponencial aumento da incidência da doença em duas décadas. Quando Covid-19 ainda não era pauta mundial, a projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) era de 19,3 milhões de casos em 2020 e um salto de 64,1% em 20 anos, ou seja, atingindo a marca de 30 milhões de novos casos em até 2040.
A SBCO aponta que o impacto da Covid-19 no controle do câncer no Brasil começou a ser quantificado já no início da pandemia. Nos primeiros quatro meses (março a junho de 2020) sete entre dez cirurgias oncológicas não foram realizadas Paralelamente, levantamento da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) mostrou que ao menos 70 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico de câncer no mesmo período.
Outro levantamento feito pela SBCO, junto ao banco de dados do DATASUS, aponta que ao menos 148 mil colonoscopias deixaram de ser realizadas no Sistema Único de Saúde nos últimos dois anos. O sistema registra a realização de 347.098 colonoscopias em 2019. Em 2020, quando houve medidas mais restritivas para contenção da disseminação do SarsCov-2, o que incluiu o fechamento de serviços de colonoscopia, foram realizados 241.329 exames (redução de 30,4% no ano passado). Em 2021, foi registrada uma retomada na procura pelo exame, porém, observou-se ainda uma significativa redução (304.004 colonoscopias, um volume 12,4% menor em relação a 2019).
No Piauí, a população conta com o Hospital São Marcos - único Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia a oferecer tratamento para todos os tipos de câncer e o único a tratar o câncer na infância e adolescência com 100% de cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS). Até Setembro de 2022, o HSM realizou 27.983 consultas ambulatoriais para pacientes com câncer, 1.467 atendimentos para pacientes em radioterapia, 21.916 atendimentos para pacientes em quimioterapia e 2.000 cirurgias de câncer.
Portanto, a qualquer sintoma ou sinal agende sua consulta pelo 86 2106 8000.