Estimativas globais recentes mostram que 1,46 bilhões de adultos estão acima do peso e 502 milhões de adultos são obesos. Além disso, 170 milhões de crianças e adolescentes menores de 18 anos estão classificados com sobrepeso ou obesidade. Estudos científicos comprovam que, caso a obesidade fosse prevenida, poderiam ser evitados aproximadamente 10% dos casos de morte por câncer em fumantes e 14 a 20% dos casos de morte por câncer em não fumantes.
Dentre os vários estudos apresentados pelo endocrinologista Flávio Melo, na reunião médica do Centro de Estudos da Associação Piauiense de Combate ao Câncer – Hospital São Marcos (APCC/HMS), quinta-feira, 23 de maio, a prevenção e controle do sobrepeso e obesidade, depois do tabagismo, parece ser a causa mais importante do câncer que pode ser evitada pela população com estilo de vida saudável.
“Uma alegria enorme estar nesta reunião, que se mantém com regularidade entre os médicos, coordenados pelo querido professor Dr. Antônio de Pádua. Tratamos do tema bastante atual, palpitante e com muitas pesquisas da área que mostram, sobretudo, a relação da diabetes da obesidade hiperinsulinemica com a ocorrência e a pior evolução de determinados tipos de cânceres”, explica Dr. Flávio Melo.
É fato: o excesso de peso em homens e mulheres resulta no risco relativo de morte por câncer, uma vez que a obesidade e o excesso de peso caracterizam-se por um estado de hiperinsulinemia e resistência à insulina. Acredita-se que o excesso crônico desse hormônio reduza os níveis de proteína ligante de IGF (IGFBP1 e IGFBP2), com consequente aumento de IGF1 (fator análogo à insulina-1) livre, o que culmina com mudanças no ambiente celular, favorecendo o desenvolvimento de tumores.
Mulheres com excesso de peso têm risco aumentado para o desenvolvimento de câncer do endométrio e câncer de mama após a menopausa. “A relação é bem próxima e bem documentada de câncer de mama, mas também incluímos câncer de cólon e reto, do pâncreas, rins, bexiga, fígado e várias outros”, alerta.
Dr. Flávio reafirma a importância de hábitos de vida saudável. “Cuidar da alimentação, reduzir a ingestão de açucares, gorduras saturadas, carnes vermelhas e melhorar atividade física, no sentido de melhorar a resistência insulínica, são hábitos saudáveis que garantem viver mais e melhor”.
O médico fala também sobre a importância de politicas públicas voltadas para conscientização da população. “Enquanto novos remédios que agem nessas vias inflamatórias cheguem à prática, é preciso existir campanhas de divulgação com envolvimento das autoridades de saúde para controle desses alimentos industrializados que são disponibilizados com altos níveis de açúcares e gorduras saturadas para controle dessas epidemias associadas à obesidade e à diabetes”, diz.
Portanto, a hiperinsulinemia, que diz respeito às altas taxas de insulina no sangue, tem relação com uma série de problemas endócrinos, como obesidade e diabetes. Além dessas doenças, as pesquisas mostram as taxas de insulina relacionadas ao aparecimento do câncer de mama, dos ovários e da próstata. Como as taxas de insulina podem ser reguladas de acordo com a alimentação, podemos concluir que hábitos alimentares com o consumo moderado de açúcares sirvam como medida de prevenção desses tipos de câncer.
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