A sexualidade é parte inerente ao ser humano e está relacionada à reprodução, ao erotismo e, ainda, à percepção que cada um tem sobre sua identidade de gênero (papéis sexuais que desempenhamos socialmente ? homem ou mulher) e sua orientação sexual (para quem nossa atração sexual está dirigida ? homem, mulher ou ambos). A forma como vivenciamos a nossa sexualidade depende da biologia dos nossos corpos, de aspectos psicológicos, emocionais, sociais e da cultura aonde estamos inseridos. A sexualidade pode se expressar por meio de desejos, pensamentos, fantasias e comportamentos. Assim, podemos perceber que a sexualidade é vivida de maneira individual e particular por cada um de nós.
Há 14 anos, a Associação Mundial de Sexologia, com o apoio da Organização Mundial de Saúde, aprovaram a Declaração dos Direitos Sexuais. Com isso, afirmaram que os direitos sexuais são direitos humanos básicos e estão associados à saúde sexual. Mas o que significa saúde sexual? Saúde sexual significa estar satisfeito física, emocional e social com a maneira como vivenciamos a nossa sexualidade e, não apenas, a ausência de problemas sexuais. Também significa a possibilidade de vivenciar aspectos positivos como o erotismo e o prazer, além de ser inseparável da liberdade de viver nossa sexualidade sem sofrer qualquer tipo de violência. Estar feliz com a própria sexualidade favorece uma melhor qualidade de vida.
Ao longo do século XX, descobertas científicas revolucionaram o conhecimento sobre a resposta sexual humana. Grandes pesquisas realizadas com a população americana colocaram em evidência a diversidade do comportamento sexual de homens e mulheres. No Brasil, o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro (2004) mostrou que 96% de mulheres e homens consideravam a atividade sexual como importante ou importantíssima para a harmonia do casal. Medicamentos para disfunções sexuais masculinas foram descobertos. Estudos ampliaram o conhecimento sobre o desejo e a excitação sexual feminina. Os recursos para o tratamento de problemas sexuais ? psicoterapia cognitivo-comportamental e terapia com medicamentos ? estão cada vez mais disponíveis e acessíveis.
Atualmente, a população brasileira está mais longeva, ou seja, vivemos mais, mesmo após o diagnóstico de doenças crônicas como hipertensão, diabetes e câncer. A expectativa de ter uma vida sexual feliz nos acompanha ao longo da vida, apesar da presença de doenças. Sendo assim, valorizar a saúde sexual é garantir melhor qualidade de vida.