Foi realizado, neste sábado, 19, o Simpósio Estenose Aórtica em Teresina. O evento médico foi destinado a cardiologistas e profissionais da área. Estiveram reunidos mais de 100 especialistas. Organizado pela Sociedade Piauiense de Cardiologia, a multinacional EdwardsLife Sciences, com o apoio do Hospital São Marcos, o simpósio discutiu inovações para combater uma doença que está ficando cada vez mais comum entre idosos.
A Estenose Aórtica é uma doença cardíaca que atinge de 3% a 5% das pessoas acima de 75 anos no mundo. Destas, cerca de 30% não resistiriam a uma cirurgia comum. “Não há tratamento para o problema que calcifica uma das válvulas do coração, a não ser cirurgia”, explica o cardiologista clínico e vice-diretor do Hospital Albert Einstein, Flávio Tarasoutchi, que esteve no Simpósio para falar sobre a doença e chamou a atenção para o fato de que a estenose pode se tornar um grave problema de saúde pública entre idosos nas próximas gerações.
Na década de 1990, foi desenvolvido um procedimento de implante de válvula através de cateter, ou seja, através de uma artéria. O ITVA – Implante Transcateter de Válvula Aórtica, foi o tema do Simpósio.
No dia 25 de agosto de 2012, foi realizado no Piauí o primeiro procedimento do gênero, pela equipe de cardiologia do Hospital São Marcos, liderada por um cardiologista do Hospital Albert Einstein, de São Paulo. A presença do médico de fora foi necessária pela exigência de treinamento junto à empresa produtora da tecnologia que permite a realização do implante, a Edwards Lifesciences. O hemodinamicista Dr.Antenor Portela foi o líder da equipe do Hospital São Marcos. “O ITVA é uma procedimento para a troca da válvula aórtica menos invasivo que a cirurgia de peito aberto, os pacientes muito idosos ou muito graves são considerados inoperáveis, então, o ITVA é a melhor solução, na maioria dos casos”, explica Antenor Portela.
A americana Nora Ellen Strenger, mais conhecida no Brasil como Irmã Davi, foi a primeira paciente no norte e nordeste do país a ser submetida ao procedimento. Aos 76 anos, depois de duas cirurgias, o problema ficou tão grave que a ex-enfermeira já não podia mais levantar-se da cama, pois ficava sem ar. Hoje ela exerce normalmente as funções no trabalho, sem demonstrar nenhum desejo de se aposentar. “Depois que fiz esse implante estou vivendo muito bem, meu maior desejo agora é que todas as pessoas que sofrem com este problema também possam realizar o procedimento”, afirma Irmã Davi. Ela se junta aos milhares de militantes que lutam para incluir o ITVA na lista de procedimentos cobertos pelo Sistema Único de Saúde do Brasil e pelos planos particulares de saúde, pois ainda é muito caro.