O câncer de pâncreas, como o que levou à morte o cofundador da Apple Steve Jobs, 56 anos, na quarta-feira, é um dos tipos mais difíceis de diagnosticar e mais agressivamente malignos.
Especialistas informam que um dos principais problemas é a pequena evolução da ciência na busca de novos medicamentos e terapias, na comparação com outros tumores do tubo digestivo. "Os tumores de pâncreas são os menos sensíveis a tratamentos e mesmo a cirurgia com intuito curativo não funciona para mais da metade das pessoas, porque, em geral, um terço dos casos já têm metástase”, observa Daniel Herchenhorn, chefe da área de Oncologia Clínica do Instituto Nacional do Câncer (Inca).
O tratamento cirúrgico é dificultado pela própria localização da glândula: atrás do estômago e abraçada pelo duodeno, próxima a uma sensível rede de artérias e veias que irrigam o fígado (veja infografia). “A área dos tumores de pâncreas foi a que menos avançou, em termos de pesquisa para drogas e terapias, e, mesmo as que surgiram nos últimos anos, não funcionaram. São situações tão delicadas que até mesmo os fatores de risco são encobertos pela arquitetura biológica da doença. Não se pode dizer com certeza que esses fatores são causados por estresse, por uma má dieta ou mesmo por questões hereditárias ”, explica o oncologista.
Ao analisar o caso do dono da Apple, o médico explica que o câncer de pâncreas contra o qual Jobs lutava era de origem endócrina, mais indolente — ou seja, de comportamento mais lento, um pouco menos agressivo. “Esse tipo dá uma taxa de sobrevida maior (de 14 a 18 meses) do que o de origem exógina (de seis a oito meses). Como certamente ele teve acesso a bons tratamentos, viveu quase oito anos (desde o diagnóstico inicial).”
Boa notícia
FONTE:Correio Braziliense