Considerado pela comunidade médica uma doença gravíssima, o tabagismo atinge cerca de 1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo, que consomem em média mais de 15 bilhões de cigarros diariamente. Neste 16 de novembro comemora-se o Dia contra o Tabaco e, mais uma vez, autoridades e entidades concentram seus esforços em campanhas de combate ao fumo e conscientização.
A lei antifumo, que proíbe o fumo em locais fechados, é apoiada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e representa a última novidade no combate em massa ao cigarro. A lei provocou, dois anos após a ser sancionada, uma diminuição de 73% dos níveis de monóxido de carbono, segundo estudo do Instituto do Coração (Incor). Acredita-se que esta medida deva reduzir drasticamente o número de fumantes e, consequentemente, o número de doenças causadas por este vício, além de contribuir para uma maior conscientização da população sobre os males do tabaco.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente cinco milhões de pessoas morrem vítimas de doenças relacionadas ao tabagismo e a estimativa é que esse número dobre em 2020, causando 10 milhões de mortes. Para Selmo Minucelli, oncologista do Frischmann Aisengar, o cigarro chega a matar hoje, nos países em desenvolvimento, mais que a soma de outras causas evitáveis de morte, tais como a cocaína, heroína, álcool, incêndios, suicídios e AIDS.
A causa mais comum de morte por câncer nos Estados Unidos e no mundo é o câncer de pulmão. No Brasil, o câncer de pulmão também é a primeira causa de morte por câncer em homens e a segunda em mulheres e o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão, segundo especialistas, é o consumo de tabaco.
Estudos apontam como outros fatores de risco para o câncer de pulmão exposição ao asbesto, fumo passivo (conviver com fumantes), gás radioativo radônio, poluição do ar, assim como infecções pulmonares de repetição, predisposição genética, dentre outros.
O câncer de pulmão já instalado apresenta uma série de sintomas, mas o principal problema é que muitos deles só aparecem quando a doença já está numa fase avançada. Sintomas como tosse persistente ou de intensidade crescente, dor no peito constante, escarro com sangue, perda de fôlego, chiado ou rouquidão, pneumonia ou bronquite recorrente, inchaço em face e pescoço, perda do apetite ou perda de peso e cansaço costumam indicar a doença.
Autoridades de saúde em todo mundo frisam que o combate ao tabagismo seria a estratégia primordial para a prevenção do câncer de pulmão. As principais ações seriam impedir que pessoas iniciem o vício e ajudar os fumantes a abandonar o tabagismo.
A lista de doenças provocadas pelo cigarro é grande: além do câncer que afeta o pulmão, vários outros tipos como o que compromete rim, laringe, cabeça, pescoço, bexiga, esôfago, pâncreas e estômago são os mais observados pelos médicos. Além de leucemia, problemas congênitos, impotência e uma série de outras doenças.
Avanços recentes no Brasil:
Uma breve pesquisa no site do Ministério da Saúde mostra que:
* Entre 2005 e 2010, foram investidos R$86,2 milhões no tratamento de fumantes;
* De 2006 a 2010, a proporção de fumantes acima dos 18 anos caiu de 16,2% para 15,1%;
* Em 2010, 30% dos atendidos pelo SUS tinham entre 20 e 29 anos, e 42% tinham o ensino médio completo. Ainda, 78% das pessoas que buscaram atendimento conheceram a Ouvidoria do SUS por meio dos maços de cigarro;
* Nos últimos cinco anos, a queda mais consistente foi no sexo masculino, de 20,2% para 11,7%, enquanto entre as mulheres o índice se manteve estável em 12,7%.