A vitamina D é necessária para ativar a resposta do sistema imunológico à tuberculose, aponta um estudo americano divulgado nesta quarta-feira, o que pode levar a novos tratamentos contra a doença, que mata 1,8 milhão de pessoas por ano.
Pesquisadores já sabiam que a vitamina D desempenha um papel na resposta do organismo à tuberculose, mas o estudo, publicado na "Science Translational Medicine", mostra que ela deve estar presente em níveis adequados para que a resposta imunológica seja ativada.
A descoberta pode ser crucial para os esforços para tratar a doença em lugares como a África, uma vez que pessoas de pele negra são mais suscetíveis à tuberculose e à carência de vitamina D.
Embora se possa obter a vitamina por meio da exposição solar, a pele negra tem mais melanina, que protege o corpo dos raios ultravioleta e reduz a produção de vitamina D.
"Ao longo dos séculos, a vitamina D vem sendo usada intrinsicamente para tratar a tuberculose", lembrou Mario Fabri, que fez a pesquisa para o estudo na Universidade da Califórnia em Los Angeles e trabalha para o Departamento de Dermatologia da Universidade de Colônia, Alemanha.
"Os sanatórios dedicados a pacientes com tuberculose situavam-se, por tradição, em locais ensolarados, o que parecia ajudar no tratamento, mas ninguém sabia por que isso funcionava", comentou Fabri. "Nossa descoberta sugere que aumentar os níveis de vitamina D por meio de suplementos pode ampliar a resposta imunológica a infecções como a tuberculose."
Estudos anteriores feitos pela mesma equipe de pesquisadores determinaram que a vitamina D tinha um papel-chave na produção da molécula catelicidina, que ajuda o sistema imunológico a matar a bactéria da tuberculose. A descoberta atual mostra que a vitamina é necessária para as células T, que respondem a ameaças produzindo a proteina interferon, que direciona células para atacar as bactérias.
"No momento em que formas resistentes de tuberculose estão surgindo, entender como aumentar a imunidade por meio da vitamina D pode ser muito útil", indicou o coautor do estudo Barry Bloom.
A Organização Mundial de Saúde anunciou esta semana que 8,8 milhões de pessoas tiveram tuberculose no ano passado, sendo que um quarto dos casos foram registrados na África, e 40%, na Índia e China.
Fonte: UOL